Fabiana Tupan Christoffoli, da Mobili, que tem duas lojas, outlet e emprega 50 pessoas
Já faz quase dois anos que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o final da pandemia de covid-19, mas além dos reflexos na saúde, o período de emergência sanitária alterou a forma de consumo de produtos e serviços.
No segmento de móveis e artigos para casa a mudança foi na forma como as pessoas passaram a enxergar o próprio lar, e o resultado é a valorização da moradia. Agora design, exclusividade e sustentabilidade também fazem parte da lista de exigências de parte dos consumidores. Com isso, as empresas precisaram se reinventar para atender a demanda crescente.
“O setor é competitivo, com muitas empresas e marcas disputando a atenção dos clientes, que querem soluções personalizadas. Além disso, as tendências mudam rapidamente, exigindo atualização sobre estilos, materiais e tecnologias”, diz Fabiana Tupan Christoffoli, sócia da Mobili, loja de móveis soltos de alto padrão com 28 anos de mercado.
Além de duas lojas e um outlet, a empresa tem uma fábrica que produz cerca de 50% do mobiliário da marca. São salas de jantar, estofados, poltronas, produtos para área externa, quadros e decorações. “Devido à grande procura por medidas específicas que constam em projetos feitos por profissionais da área, como designers e arquitetos, temos um amplo quadro de funcionários: são cerca de 50 pessoas entre a fábrica e as lojas”, diz.
Outras exigências que ganham força no segmento são a sustentabilidade e a experiência do cliente, principalmente no que se refere à digitalização. “Alguns consumidores têm dificuldade de visualizar o resultado final dos ambientes e isso exige, de nós, habilidades tanto de comunicação como na apresentação com uso de maquetes, renders ou realidade aumentada”, explica.
A Mobili também investe em redes sociais e em marketing digital. “Com o crescimento das vendas online, oferecer uma boa experiência digital com visualização 3D dos móveis, avaliações confiáveis e suporte eficiente são essenciais, mas exige investimento e estratégia para obter os melhores resultados”, afirma.
A empresária revela que a demanda por materiais sustentáveis e práticas ecológicas está aumentando gradativamente, exigindo que as empresas busquem soluções sem comprometer a estética e o custo, que pode variar conforme a matéria-prima, a mão de obra e a personalização do produto. Segundo Fabiana, definir preços que cubram os custos e ainda sejam competitivos é um desafio constante.
De investidor a diretor
Com o crescimento da Solarium, Bruno Spinella deixou a advocacia para estar no dia a dia da operação; “é um mercado de oportunidades”
Outra empresa que se dedica à fabricação de móveis de alto padrão é a Solarium, no mercado há nove anos. Com 800 metros quadrados de área fabril e mais 150 metros de escritório, a empresa tem como foco a produção de móveis para ambientes externos como cadeiras, mesas, sofás, poltronas, espreguiçadeiras, chaise, banquetas, bistrôs e balanços.
Com sede no Alphaville Empresarial, em Maringá, onde ficam a fábrica e o showroom, a empresa com 20 colaboradores conta ainda com showroom em Balneário Camboriú/SC.
O advogado Bruno Spinella é um dos sócios desde o início e atuava exclusivamente na área jurídica até 2022, porém com o crescimento da empresa, assumiu a direção há três anos. “Assim como eu, outros sócios tinham carreiras na advocacia. Nos seis primeiros anos atuamos como investidores, coordenando apenas as macroestratégias da empresa, porém, chegou o momento em que a operação passou a exigir mais de nós”.
Segundo Spinella, a Solarium atende pessoas físicas e jurídicas que prezam por qualidade e inovação. “São clientes que buscam móveis para ambientes de piscina, churrasqueira, área gourmet e jardins, como construtoras e empreendedores que compram móveis para áreas comuns de prédios, bares e restaurantes”, explica.
Na linha corporativa, a Solarium já forneceu mobiliário para parques aquáticos e temáticos, hotéis e resorts. E começou a atuar também em arenas de beach tennis. “É um mercado dinâmico, com desafios e que exige inovação. É preciso estar sempre em desenvolvimento, buscando soluções em design, materiais e processos produtivos e, justamente por isso, é também um mercado de oportunidades”, diz.
O diretor lembra ainda um desafio comum a vários segmentos: a escassez de mão de obra. “Especialmente em uma produção artesanal como a nossa, está difícil encontrar gente capacitada, por isso, nossa estratégia é valorizar e investir nos bons profissionais que estão conosco”, revela.
Atenção aos detalhes
Célio Palugan e Clayton Barbosa, da loja Encanto Presentes, que foi inaugurada em fevereiro e também trabalha com e-commerce
A ideia deu tão certo que eles olharam para o mercado de Maringá e decidiram se tornar sócios na loja Encanto Presentes, inaugurada em fevereiro na avenida Brasil. “A empresa cresceu devido ao e-commerce, que vende para todo o país e representa o principal faturamento. Considerando a solidez deste trabalho, os sócios entenderam que era o momento de investir em um espaço físico em Maringá, que é uma cidade com potencial”, afirma o gerente comercial, Célio Palugan.
Em 400 metros quadrados e com cinco colaboradores, a Encanto Presentes vende eletroportáteis, cristais, panelas, itens para mesa posta, presentes para casamento e utilidades domésticas. Segundo Palugan, que tem mais de 30 anos de experiência na área, a loja chegou em Maringá para preencher uma lacuna. “O segmento de artigos para casa está em um momento de expansão. Existem lojas de presentes na cidade, mas nenhuma com o nosso perfil e com a mesma variedade”, diz. Lá também é possível encontrar alimentos e bebidas importados.
B2C e B2B
Ordini atende pessoas físicas e empresas da área da gastronomia, como hotéis e restaurantes, conta a gerente Suely da Cruz Nantes
Atualmente cerca de 60% das vendas são para pessoas físicas nas linhas de presentes, decoração e utilidades para o lar, e 40% para pessoas jurídicas.
Com mais de 50 colaboradores e fornecedores de várias regiões do país, a Ordini trabalha com um mix de cerca de 15 mil itens, entre jogos de panela, jogos de jantar, copos, taças, talheres, decoração, mesa posta e outros itens para comércios. “Mesmo tendo um mix completo, buscamos expandir nossas linhas de produtos e trazer novidades que atendam as necessidades do dia a dia dos clientes”, diz.
Segundo a gerente, mesmo com os desafios, as lojas têm tido crescimento. “Além de buscar os melhores produtos para os clientes, precisamos buscar estratégias para nos manter competitivos em um mercado saturado”, afirma.
Para expandir e fortalecer a presença no mercado, as estratégias da Ordini, que tem vendas aquecidas em maio, próximo ao Dia das Mães e em dezembro, são desenvolver parcerias com fornecedores para oferecer produtos exclusivos e investir em marketing digital para aumentar a visibilidade. “Precisamos estar onde os clientes estão e mostrar nossa autoridade na área”, conclui.