Aeroporto Regional deve receber R$ 190 milhões em melhorias e ampliação; projeto custou R$ 682 mil a empresários e associações comerciais, inclusive a Acim
De janeiro ao início de outubro, mais de 700 mil passageiros passaram pelo Aeroporto Regional Silvio Name Junior, entre embarques e desembarques, um crescimento de 15% em relação ao mesmo período de 2024. O número, expressivo por si só, ganha mais relevância diante das projeções para a próxima década.
O foco está no terminal: serão R$ 118,7 milhões destinados à modernização de 4 mil metros quadrados e à ampliação de mais 3 mil metros quadrados. De acordo com o Plano Diretor do aeroporto, a movimentação deve alcançar 897 mil passageiros em 2025, ultrapassar 1,6 milhão em 2035 e romper a marca de 2,3 milhões em 2040. O avanço será sustentado por um robusto pacote de investimentos anunciado em julho, que promete transformar o terminal em um dos mais modernos do país entre os de porte regional. Com R$ 190 milhões em obras e melhorias, o projeto contempla a reforma e ampliação do terminal de passageiros, a modernização da torre de controle e a implantação de um polo aeronáutico.
Entre as inovações em funcionamento estão os três e-gates, um deles para pessoas com deficiência e grupos prioritários. A tecnologia, que é inédita em aeroportos do Paraná e está alinhada ao padrão internacional, agiliza o embarque, reforça a segurança e torna Maringá referência em mobilidade aérea inteligente.
Desde agosto, o terminal conta com a primeira sala VIP, no piso superior e operada por uma empresa vencedora de licitação. Uma segunda sala VIP está em fase de implantação.
O aeroporto ainda será integrado a outros modais de transporte, ônibus, vans, aplicativos e locadoras, e o estacionamento passará por ampliação, com capacidade para até 800 veículos. Mas os destaques não estão apenas nos números, mas no modelo de construção coletiva que sustenta o projeto. Empresários maringaenses, em conjunto com a Acim, aportaram recursos próprios para acelerar a elaboração dos projetos arquitetônicos e estudos técnicos, garantindo agilidade ao cronograma.
“Numa reunião dos Guardiões do Futuro de Maringá, formado por ex-presidentes da Acim, o prefeito destacou a urgência de atualizar os projetos para viabilizar recursos disponíveis. Ali mesmo conseguimos reunir R$ 400 mil. Depois tivemos o apoio de associações comerciais de Campo Mourão, Cianorte e Paranavaí. Todos contribuíram e conseguimos doar os projetos necessários”, recorda Wilson Matos Silva, fundador e chanceler da Unicesumar. No total, o investimento nos projetos será de R$ 682 mil.
A mobilização se justifica: na prática, os investimentos representam negócios, turismo, oportunidades e qualidade de vida. “O aeroporto de Maringá cresce rapidamente em número de passageiros, e sem investimentos em ampliação e melhorias, perdem-se qualidade e competitividade. Projetos como este são fundamentais para acompanhar a demanda, aumentar a rentabilidade das empresas e ampliar destinos e frequências de voos. Tudo isso torna a cidade mais atrativa e competitiva”, afirma o empresário Jefferson Nogaroli, apoiador da iniciativa.
Rota para o crescimento
Assim como ocorreu com a modernização do aeroporto, a mobilização da Acim foi decisiva para tirar do papel outra obra regional: a duplicação da PR-317, entre Maringá e Iguaraçu.
A rodovia é um dos principais corredores entre Maringá e o norte do Paraná, além de conectar a região a rodovias que seguem para o Mato Grosso do Sul e São Paulo, consolidando-se como um eixo para o transporte de cargas e passageiros.
O crescimento acelerado da região metropolitana de Maringá nas últimas décadas intensificou o fluxo na rodovia, especialmente entre o Contorno Norte e o município de Iguaraçu, trecho que registra cerca de 18 mil veículos por dia, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
“A duplicação da PR-317, que conecta Maringá a importantes polos produtivos do Estado, é fundamental para o escoamento da produção, a segurança no trânsito e o fortalecimento da logística regional”, pontua o presidente da Acim, José Carlos Barbieri.
Em execução e com expectativa de ser entregue no início do ano que vem, o projeto foi custeado e doado pela Acim, resultado de um esforço coletivo de empresários, num total de R$ 600 mil.
A mobilização empresarial garantiu prioridade junto ao governo do Estado. Além de viabilizar os estudos de viabilidade técnica, o grupo articulou apoio político e financeiro, acelerando o início das obras. O resultado será uma rodovia com novas pistas, acostamentos, retornos, viadutos e dispositivos de acesso, além de melhorias na drenagem e sinalização da via.
Marco da mobilidade urbana
A iniciativa privada também teve papel decisivo na construção do novo Trevo do Catuaí, uma das obras mais aguardadas e estratégicas para a mobilidade urbana de Maringá. Também foi a Acim quem doou o projeto técnico, viabilizando o andamento do processo e acelerando as intervenções.
Com investimento de R$ 49 milhões, o projeto está sendo executado pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), em parceria com o Governo do Estado e a Prefeitura de Maringá, e promete transformar um dos pontos de maior fluxo de veículos da região. A nova interseção substitui a antiga rotatória entre a BR-376, PR-317 e avenida João Pereira, solucionando gargalos históricos no trânsito e oferecendo mais segurança, fluidez e eficiência logística.
O projeto prevê o rebaixamento da rodovia federal, a construção de duas passagens superiores e vias marginais, facilitando o acesso ao shopping e às áreas comerciais.
Em setembro, as pistas sobre a trincheira foram liberadas ao tráfego, e as duas novas passarelas de pedestres estão concluídas. Na etapa atual os serviços permanecem concentrados na BR-376, que está sendo rebaixada e na sequência receberá nova pavimentação. Ainda serão finalizados o sistema de drenagem de águas, iluminação viária, sinalização horizontal e vertical, dispositivos de contenção e serviços complementares. A expectativa é que a obra seja concluída no primeiro trimestre em 2026.
Próximas conquistas
Entre os projetos em andamento, está ainda a duplicação do Contorno Sul, cuja elaboração, orçada em mais de R$ 400 mil, foi igualmente bancada pela Acim e empresários locais.
Prestes a ser concluído, o projeto será entregue ao governo estadual para licitar a obra estimada em R$ 450 milhões, que prevê a duplicação de 12 quilômetros. Além de modernizar a avenida Sincler Sambatti, a duplicação deve reduzir acidentes e melhorar o escoamento da produção.
“A infraestrutura do Contorno Sul não foi projetada para receber o tráfego pesado diário de caminhões que levam a produção agrícola e industrial para Paranaguá e grandes centros brasileiros. Investir nessa via significa mais competitividade às empresas e mais oportunidades de crescimento à população”, pontua Barbieri.
Outro ponto prioritário é a ampliação da avenida Nildo Ribeiro da Rocha, ligação da Zona Sul ao viaduto de Paiçandu. A Acim também levantou R$ 200 mil em recursos para custear o projeto executivo, condição necessária para viabilizar a licitação.
Iniciativa privada faz diferença
O modelo de cooperação entre o poder público e o setor empresarial reflete uma tendência nacional. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 72% dos investimentos em infraestrutura previstos para 2025 devem ser realizados pela iniciativa privada.
Desde 2019, mais de 70% dos recursos aplicados em infraestrutura e logística no país têm origem privada, uma demonstração de que o dinamismo, a eficiência e a capacidade de mobilização do setor empresarial são fundamentais para acelerar obras.
Maringá é um exemplo dessa realidade. Há anos, a cidade se destaca pelo protagonismo da Acim, por meio do financiamento e doação de projetos estruturantes que impulsionam o desenvolvimento urbano e logístico local.
“O próprio aeroporto havia recebido suporte no passado. Quando o Porto Seco do Norte do Paraná estava ameaçado de fechamento, um grupo de empresários se uniu para recuperá-lo e ativar o transporte aéreo de carga. Recuperada, a empresa foi vendida para um operador maior. Depois o porto foi desativado”, recorda o empresário Paulo Meneguetti, diretor da Usina Santa Terezinha.
Ele cita ainda o apoio ao projeto de rebaixamento da linha férrea, que viabilizou a nova avenida Leste/Oeste sobre o túnel na área central de Maringá, e o rebaixamento da linha férrea da avenida Tuiuti, que se estende pelo centro de Sarandi até a divisa com Marialva.
Para o presidente da Acim, a experiência de Maringá comprova que a cooperação entre os setores público e privado acelera resultados e gera impactos positivos para a sociedade. “Quando os empresários se mobilizam para apoiar obras estruturantes, eles não apenas viabilizam projetos que muitas vezes demorariam anos para sair do papel, mas fortalecem a competitividade da nossa região. Maringá é hoje uma referência nacional justamente por acreditar que desenvolvimento se faz com parcerias e corresponsabilidade”. Tanto que a cidade foi reconhecida, em lei federal, como Capital Nacional do Associativismo.
Unidos pelo desenvolvimento
O reconhecimento é resultado da união e do comprometimento do setor empresarial e entidades. A Acim reúne rede com cerca de 5 mil associados e mais de 500 voluntários atuando em conselhos e institutos, fortalecendo a representatividade e capacidade de transformação. “Trabalhamos de forma organizada e transparente, mostrando aos empresários que investir no desenvolvimento da cidade é investir no futuro dos próprios negócios. Por meio de reuniões, fóruns e mobilizações, engajamos os setores produtivos em torno de um propósito comum: fortalecer Maringá e a região”, destaca Barbieri.
Para Wilson Matos, esse espírito colaborativo é o que faz de Maringá um exemplo nacional. “A cooperação está no nosso DNA. O que nos move é o bem da comunidade.” Na mesma linha, Nogaroli reforça que o envolvimento do empresariado é essencial para o avanço da cidade. “Dentro das possibilidades e do porte de cada empresa, todos devem participar. O poder público, sozinho, muitas vezes não consegue dar conta de todas as demandas, e Maringá tem mostrado ao Brasil o quanto a parceria entre os setores faz diferença.”
Meneguetti complementa: “todos os projetos estruturais que são importantes para o desenvolvimento de Maringá e região merecem todo apoio dos empresários locais”, afirma.
Barbieri ressalta que o desenvolvimento regional precisa ser construído de forma integrada. “Maringá é um polo, mas seu crescimento está diretamente ligado à força das cidades vizinhas. Por meio da Cacinor, fortalecemos parcerias com associações comerciais dos municípios, porque os desafios de infraestrutura, logística e competitividade são compartilhados. Essa união amplia nossa capacidade de mobilização, fortalece o empresariado regional e torna nossos projetos mais representativos perante o poder público.”
Cada nova obra concluída representa mais eficiência logística, agilidade nos processos e segurança para quem vive e investe na região. Esse movimento gera oportunidades, atrai empreendimentos, estimula a geração de empregos e impulsiona o comércio e a indústria local. “Estamos atentos às demandas de mobilidade urbana, à ampliação da infraestrutura e ao incentivo à inovação, tecnologia e sustentabilidade. Nossa meta é manter Maringá como referência em planejamento e desenvolvimento integrado”, conclui Barbieri.
Compromisso com o desenvolvimento humano e social
O desenvolvimento de uma cidade não se mede apenas por obras e investimentos, mas pela capacidade de promover o bem-estar e a dignidade dos moradores, por isto, a Acim tem realizado campanhas de desenvolvimento humano e social.
Entre as iniciativas recentes está a campanha “Até Quando?”, lançada em agosto pelo Acim Mulher em parceria com a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres e o 4º Batalhão de Polícia Militar para conscientizar e mobilizar a sociedade para o enfrentamento à violência contra a mulher por meio de vídeos com depoimentos, além de divulgar os canais de denúncia e apoio: 180, 153 e 190.
Dados do Painel da Violência Contra a Mulher, do Conselho Nacional de Justiça, mostram que Maringá registrou 1.028 pedidos de medidas protetivas de urgência apenas nos cinco primeiros meses do ano, dos quais 614 foram concedidos pela Justiça.
Para a advogada Noroara Moreira, presidente do Acim Mulher, os números revelam uma realidade preocupante e crescente, que exige ação e engajamento coletivo. “Esses dados mostram que o problema pode estar mais perto do que imaginamos. Todos podemos conhecer uma mulher que sofre ou sofreu algum tipo de violência. Por isso, campanhas como a ‘Até Quando?’ são essenciais para ampliar o debate, incentivar denúncias e reforçar que nenhuma mulher está sozinha”, afirma.
Um dos eixos da campanha é a fixação de adesivos informativos em banheiros de estabelecimentos comerciais, academias, bares e restaurantes, criando espaços seguros para que as mulheres possam pedir ajuda de forma discreta.
O adesivo enviado com esta edição da revista integra essa mobilização. A orientação é que as empresas instalem no banheiro ou em locais frequentados por mulheres.
Valorização dos professores
Outra ação que reflete o engajamento da entidade é a campanha “Valorize quem te ensina”, realizada em parceria com o Sinepe/NOPR, que homenageou os professores e ressaltou a importância deles na formação de cidadãos e profissionais.
A campanha, veiculada nas mídias e redes sociais, também estimulou o comércio local, incentivando as famílias a presentear seus mestres em 15 de outubro, dia do professor.
“Sem educação de qualidade, não há desenvolvimento sustentável. Ao homenagear os professores, estamos reconhecendo seu papel transformador na sociedade e reforçando que investir em educação é investir no futuro de Maringá, do Paraná e do Brasil”, acrescenta José Carlos Barbieri.
Com essas e outras iniciativas, a Acim reafirma sua vocação de trabalhar por uma cidade mais próspera, humana e socialmente responsável, porque o futuro se constrói com pontes, mas também com pessoas.

