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Redução nos impactos ambientais, prosperidade nos negócios

Redução nos impactos ambientais, prosperidade nos negócios

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Cimflex, que transforma resíduos plásticos em tubos e conexões para infraestrutura, ampliou a filial e linhas de produção, conta o sócio Ricardo Jamil Hajaj
Durante muito tempo a sustentabilidade foi encarada como custo ou obrigação, muitas vezes limitada a estratégias de marketing. Hoje, empresas de diferentes setores demonstram que integrar práticas ambientais e sociais à gestão não só atende a responsabilidades legais e sociais, mas se torna um diferencial competitivo. 

Fundada em 2004, a Cimflex comprova que é possível crescer economicamente enquanto se gera impacto positivo para o planeta e a sociedade. A empresa nasceu com uma proposta que parecia ousada: reciclar embalagens de defensivos agrícolas e transformar resíduos plásticos em novos produtos. Antes mesmo de a legislação sobre logística reversa entrar em vigor, a empresa aplicava o conceito de economia circular. O sócio e diretor executivo, Ricardo Jamil Hajaj, lembra que “na época, o Paraná era um dos maiores consumidores de agrotóxicos do país, contexto em que a Cimflex foi criada, com o objetivo de garantir a destinação correta das embalagens e devolver valor à cadeia produtiva.”

De lá para cá, a empresa se tornou referência nacional. Já reciclou 102,7 mil toneladas de plásticos que foram convertidas em 93 mil toneladas de resina reaproveitada na fabricação de tubos e conexões para infraestrutura. Só em 2024, foram processadas 9,7 mil toneladas de resíduos e fabricadas 8 mil toneladas de produtos. Segundo Hajaj, o reaproveitamento de materiais reduz em 75% o consumo de energia em relação à produção com material virgem e economiza 450 litros de água por tonelada reciclada. Desde a fundação, a operação evitou a emissão de 142 mil toneladas de gás carbônico na natureza, o equivalente ao plantio de um milhão de árvores.

O reconhecimento veio com o Prêmio ImpactAcim, que consolidou a Cimflex como referência em sustentabilidade industrial. Com sede e filial em Maringá, centros de distribuição em Franco da Rocha/SP e escritórios em Guarulhos e Joinville, a Cimflex atende todos os estados. É a primeira empresa do Sul do Brasil a produzir tubos corrugados de parede dupla com até 1.500 mm de diâmetro, substituindo manilhas de concreto e reduzindo custos e impacto ambiental nas obras.

A companhia ampliou recentemente a estrutura da filial em 5 mil metros quadrados, ampliou as linhas de produção e adquiriu equipamentos de extrusão, corrugação e perfuração de tubos. Com 175 colaboradores e previsão de chegar a 220 até o fim de 2025, a empresa segue crescendo com responsabilidade. Certificada pela ISO 9001:2015, também participa do Recircula Brasil, sistema de rastreabilidade por blockchain. “Com ele, será possível emitir certificados de destinação adequada, o que será essencial com a regulamentação do conteúdo reciclado”, explica.

 

Energia limpa


Fernando Barros, da Descarbonize, que desenvolve soluções de descarbonização e tem entre os clientes a BYD
A Descarbonize Soluções nasceu em 2023, sustentada pela Aldo Solar, Sol Agora e Descarbonize Serviços, empresas do setor de energia. Desde o início, o propósito é desenvolver soluções que impulsionem a transição energética e ajudem outras organizações a reduzir suas emissões.

O grupo, que reúne 260 colaboradores, foi reconhecido com o Prêmio ImpactAcim pela estruturação de práticas ESG (em inglês Environmental, Social and Governance ou Ambiental, Social e Governança, em português) e pela forma como conecta rentabilidade e responsabilidade ambiental. “Criamos um serviço de sustentabilidade que não existia há poucos anos”, resume o coordenador de Qualidade, Fernando Barros.

O grupo, que tem entre os parceiros de negócios a BYD, fabricante de veículos elétricos, oferece soluções de descarbonização que vão da engenharia ao monitoramento de desempenho energético. Por meio da Descarbonize, os resultados no mercado representam 137,7 gigawatts em sistemas de energia solar, atendendo cerca de 3 mil cidades brasileiras, além de 52 mil usinas financiadas e 420 mil sistemas fotovoltaicos vendidos. “Mais do que vender equipamentos, entregamos resultados e fortalecemos relações de longo prazo”, afirma Barros.

Além de contribuir para a sustentabilidade de empresas e residências, a Descarbonize e o grupo mantêm em suas unidades um sistema fotovoltaico que gera 27 mil kWh de energia limpa por mês, neutralizando 100% das emissões anuais, que equivalem a cerca de 73 toneladas de CO2, e dispõem de cisterna para captação de 40 mil litros de água da chuva, usada em limpeza e irrigação. O carport solar abriga 60 veículos e permite o carregamento gratuito de carros elétricos de aplicativo.

O grupo possui certificações ISO 9001, 14001 e 45001 e mantém um comitê ESG que monitora indicadores. Também desenvolve projetos de educação ambiental, doação de equipamentos e campanhas de consumo consciente em comunidades locais. A meta para 2026 é expandir a presença em projetos corporativos de mobilidade elétrica, com foco em frotas sustentáveis e infraestrutura de carregamento solar.

 

Mais de mil projetos



“Não se trata apenas de cumprir metas, mas de inspirar comportamento responsável”, diz Maxmillian de Freitas Esteves, da Unicesumar
Na Unicesumar, a sustentabilidade se transforma em conhecimento. A instituição de ensino superior, com campi em Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Curitiba e Corumbá, e mais de 1,3 mil polos de educação a distância em todo o Brasil, integra responsabilidade socioambiental à gestão e à formação acadêmica, tendo sido reconhecida pelo Prêmio ImpactAcim.

A Unicesumar mantém mais de mil projetos ativos nas áreas social, ambiental e de governança. Entre os destaques, o “Projeto de conscientização de descartáveis”, que substituiu copos plásticos por 3,7 mil copos duráveis de bambu, e totens de pilhas e baterias, que em apenas quatro meses coletaram 350 quilos de resíduos, a mesma quantidade que antes levava três anos para ser alcançada.

“Cada projeto é pensado em alinhamento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”, explica o supervisor ambiental, Maxmillian de Freitas Esteves. “Não se trata apenas de cumprir metas, mas de inspirar comportamento responsável entre alunos, professores e colaboradores.”

A instituição realiza ainda ações de compostagem, monitoramento de consumo de energia e água, além de campanhas internas de reciclagem e economia de recursos. Os resultados são integrados a relatórios de sustentabilidade, compartilhados com a comunidade em geral.

Outro destaque é o Programa de Responsabilidade Social Universitária, que mobiliza alunos em projetos de impacto comunitário, como mutirões de saúde, orientação jurídica e educação ambiental em escolas públicas.

A universidade, que conta com mais de 500 mil alunos entre as unidades presenciais e os polos à distância, também investe em infraestrutura sustentável, com sistemas de energia solar em campi e nos polos, iluminação de baixo consumo e projetos de paisagismo que ampliam áreas verdes. “Não tratamos como custo, mas como compromisso com as próximas gerações”, completa Esteves.