Os últimos cinco meses foram de grande dificuldade para boa parte das empresas brasileiras, e para milhares de trabalhadores que foram demitidos ou tiveram a renda reduzida, em virtude da pandemia. Para reduzir o contágio do coronavÃrus, governos implantaram medidas de distanciamento social e estabeleceram restrição do funcionamento de empresas, o que levou a uma grave crise econômica, assim como aconteceu em outros paÃses.
Só no Paraná foram fechadas 9,5 mil empresas comerciais, o quinto maior Ãndice do paÃs, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Maringá não ficou imune, tanto que no primeiro semestre a perda de vagas formais de emprego foi a maior dos últimos 13 anos, com o fechamento de 4,5 mil vagas.
Passado o perÃodo de maior turbulência, a economia começa a reagir. Em julho foram criados mais de 131 mil empregos formais no Brasil, e Maringá seguiu a tendência, com a abertura de 170 novas vagas, o primeiro resultado positivo desde fevereiro.
Agora também será preciso encontrar formas de diminuir os gastos públicos e encontrar o equilÃbrio fiscal, afinal, pela primeira vez, a dÃvida pública brasileira ultrapassou 80% do PIB, depois que o governo federal adotou várias medidas para ajudar empresas e trabalhadores, como a concessão de auxÃlio emergencial.
Não há mágica, uma das medidas mais urgentes é a reforma tributária, com a simplificação do sistema. O projeto de lei apresentado pelo ministro Paulo Guedes propõe unificar dois tributos federais, o PIS/Pasep e a Cofins, em um só — a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), com uma alÃquota geral de 12% e regime não cumulativo. Mas entidades setoriais fizeram os cálculos e dizem que o setor de serviços devem ter aumento na carga tributaria com essa alÃquota. Como o governo federal afirmou que não quer arrecadar mais com o novo tributo, falta encontrar a fórmula que não gere elevação da carga tributária.
Há anos a sociedade produtiva conclama a aprovação das reformas tributária e administrativa. Executivo e legislativo têm a oportunidade de finalmente tirar esses projetos do papel, até porque há um endividamento recorde e uma grave crise econômica, o que tornam as reformas imprescindÃveis para o retorno do crescimento, depois de anos de economia no solavanco. Os presidentes da Câmara e do Senado já declararam que pretendem aprovar a medida ainda neste ano. Tomara. E a sociedade produtiva conclama para que não haja, mais uma vez, aumento de impostos, ainda mais num momento tão delicado da economia brasileira.