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Lar Escola da Criança completa 60 anos

Lar Escola da Criança completa 60 anos

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Fátima Iwata, presidente: “os desafios são muitos e diários, mas a recompensa é a diferença que esse trabalho faz na vida das famílias”

O Lar Escola da Criança está em clima de festa! É que a instituição completa seis décadas de uma história de transformação de vidas. A comemoração começou em julho, quando os beneficiados e suas famílias foram recepcionados em um evento, com show, brincadeiras, comida e outros. Em 26 de outubro a festa continuará em um jantar para a comunidade, que também vai comemorar o aniversário do patrono São Leonardo Murialdo e os 50 anos das Irmãs Murialdinas em Maringá. “Será um momento de agradecimento a todos que participaram e que fazem parte desta história. Também vamos reforçar o quanto a solidariedade maringaense continua sendo importante para a entidade”, afirma a presidente Fátima Iwata.

Idealizado pelo Bispo Dom Jaime Luiz Coelho, o Lar Escola nasceu em 1963 como regime de internato. Após dez anos, a administração foi confiada às Irmãs Murialdinas de São José. Atualmente, a entidade tem 50 colaboradores e 150 voluntários, que atendem mais de 430 crianças e adolescentes em duas frentes de trabalho. Uma delas é o Programa de Proteção e Prevenção, que conta com o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, oficinas culturais, recreação e lazer, e com o projeto Força Verde Mirim, que propõe atividades para a conscientização ambiental.

A outra frente envolve a capacitação e formação técnica profissional para adolescentes a partir de 15 anos preparando-os para o mercado de trabalho, e curso de corte e costura para a comunidade.

A instituição tem custo mensal de R$ 134 mil, sendo que 44% provêm de recursos públicos (municipais e estadual), 41% de doações da comunidade e dos bazares e 15% resultam de eventos, como macarronadas, eisbein e chá beneficente. “Os desafios são muitos e diários, mas a recompensa é a diferença que esse trabalho faz na vida das famílias”, comenta.

 

Segunda casa

Um exemplo é Marta Monteiro do Nascimento, que aos cinco anos ingressou no Lar Escola, quando era internato. Ela e uma amiga, inclusive, foram as primeiras meninas atendidas pela instituição. “Minha mãe trabalhava muito e não tinha condições de cuidar de mim. Lá fui tratada com amor, respeito e atenção, tive liberdade, brincava com crianças, recebi alimento, presentes e até viajei para a praia. Me considero privilegiada”, enfatiza.

Quando jovem, Marta se tornou funcionária do Lar Escola e criou os dois filhos na instituição. “Tenho gratidão e, sempre que posso, vou visitar. Só tenho boas lembranças da minha infância, tanto que considero a entidade minha segunda casa”.

Para Edilson da Silva, a vivência no Lar Escola foi igualmente positiva. Ele  ingressou aos cinco anos e aos 14 foi encaminhado ao projeto Menor Aprendiz. Trabalhou até os 16 anos em uma indústria, depois foi voluntário na entidade e efetivado na recepção. “Queria ajudar, então me dispunha a fazer tarefas de escritório, contato com voluntários e nos eventos”.

Com dedicação, ele se tornou responsável pelo setor financeiro do Lar Escola enquanto cursava Administração. Depois, foi aprovado em um concurso da prefeitura. “Tenho um carinho enorme por todos que passaram pela minha vida no Lar Escola, que foi fundamental na minha vida e o lugar onde mais gostei de trabalhar”, afirma ele, que continua contribuindo nos eventos da entidade.