Artigos

Em prol das vacinas, saúde pública e economia

Em prol das vacinas, saúde pública e economia

684
visualizações

Em um ano, desde que foi registrada a primeira morte pelo coronavírus no país em março de 2020, mais de 300 mil brasileiros perderam a vida vítimas de complicações da doença. Neste período os prejuízos foram enormes: além das mortes, empresas fecharam as portas, milhares de pessoas perderam o emprego e, por consequência, o Produto Interno Bruto (PIB) despencou 4,1%, o pior resultado desde o início da série histórica, em 1996.

A pandemia também tornou mais importante o trabalho da Associação Comercial em várias frentes: retomada das atividades econômicas, campanhas de conscientização, distribuição de máscaras, compra de equipamentos e suprimentos para hospitais públicos, disponibilização de crédito para capital de giro, e em março a entidade também passou a pleitear na Justiça a compra de vacinas.

A ACIM ingressou com ação pedindo autorização para a compra de imunizantes destinado aos associados e seus trabalhadores. O pedido foi negado, em 26 de março, pela Vara Federal de Maringá, mas na semana seguinte a entidade ingressou com recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Entre as alegações, a Associação Comercial quer auxiliar na retomada econômica e contribuir “para que o sistema de saúde possa ser mais efetivo, sem interferir na atuação do sistema público”, acelerando o processo de vacinação, já que até o final de março 12% da população maringaense havia tomado a primeira das duas doses da vacina. 

A Justiça já foi demanda em ações semelhantes, inclusive em ação recente a Associação dos Magistrados ganhou o direito de comprar os imunizantes, e a Justiça Federal, de Brasília, derrubou, por liminar, a obrigatoriedade de doação das vacinas compradas por empresas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Ainda sobre o assunto, a entidade encaminhou ofício a 12 deputados do Paraná pedindo celeridade na distribuição de vacinas contra a Covid-19. O documento, entregue em 11 de março, solicita as ações necessárias dos parlamentares, junto ao Governo Federal, para acelerar a campanha de imunização no país. Receberam o ofício os deputados estaduais Homero Marchese, Dr. Batista, Soldado Adriano, Do Carmo, Evandro Araújo, Delegado Jacovós, Maria Victoria e Tiago Amaral, e os deputados federais Ricardo Barros, Enio Verri, Sargento Fahur e Luiz Nishimori.

Investimentos em saúde pública somam mais de R$ 3 milhões e incluem 16 respiradores, monitores e oxímetros


Reabertura das empresas

Em apoio às empresas, a ACIM tem mantido diálogo frequente com o poder público para a retomada das atividades. Depois de 16 dias de fechamento do comércio de rua e de shoppings, a prefeitura autorizou a reabertura em horários reduzidos em março deste ano. Mas para a ACIM, a melhor alternativa para evitar aglomerações e preservar empresas e empregos é estender o horário de funcionamento, por isso, a entidade encaminhou ofício ao prefeito Ulisses Maia pedindo a ampliação do funcionamento, mas até o final desta edição a sugestão não tinha sido acatada. 

Ainda em defesa das empresas, a ACIM pleiteou, de forma bem-sucedida, a venda de flores por delivery no Dia Internacional da Mulher, quando o comércio de rua estava proibido de funcionar, e solicitou, por meio do núcleo de pilates do programa Empreender, a autorização do atendimento de pilates individual ou de pessoas do mesmo núcleo familiar, pedido que também foi acatado pelo poder público.

Saúde pública

Na segunda quinzena de fevereiro e no mês de março deste ano hospitais públicos e privados de Maringá atingiram o limite da ocupação nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs), e foi preciso abrir mais leitos. Assim, a entidade doou seis respiradores ao sistema público, destinados a pacientes graves com insuficiência respiratória causada pela Covid. Os equipamentos se somaram a outros dez, adquiridos e entregues no ano passado ao Hospital Municipal. 

Uma das alternativas que a ACIM tem estudado junto a lideranças para ampliar a capacidade de atendimento é utilizar a estrutura do Hospital da Criança de Maringá. A unidade, cujas obras estão em fase de finalização, abriga três blocos, onde funcionarão 40 leitos de UTI nas alas pediátrica e neonatal, 124 leitos de internação e centro cirúrgico. A utilização do hospital durante a pandemia está sendo discutida com o poder público.

Desde o início da pandemia, a Associação Comercial, em parceria com a iniciativa privada, investiu mais de R$ 3 milhões, convertidos em equipamentos e EPIs para profissionais da saúde, associados e população. Na área da saúde os investimentos contemplam a aquisição de dez monitores, 20 oxímetros, medidores de sinais vitais, cufômetros, armários para instrumentos, entre outros. 

Para evitar a propagação do coronavírus, a entidade distribuiu milhares de máscaras à população e associados, produziu vídeos com infectologistas e campanhas de prevenção. Para os profissionais da saúde, foram compradas 20 mil máscaras N95 e mil face shields, além da doação de luvas, aventais e frascos de álcool para hospitais, asilos, associações beneficentes e unidades de saúde.

Crédito

Para contribuir com empresas em dificuldade financeira, a ACIM trabalhou em várias frentes. Recentemente a Fomento Paraná, que conta com escritório no prédio da Associação Comercial, disponibilizou uma linha voltada para empresas do turismo, como bares, restaurantes e hotéis. Com taxa de juros de 0,57% ao mês, o pagamento é em até 60 meses.

Tamanha a demanda, a Noroeste Garantias bateu no ano passado recorde, avalizando R$ 85,2 milhões em mais de 1,8 mil operações. Com aportes da ACIM e da prefeitura no fundo garantidor, a Noroeste avaliza operações de micro e pequenas empresas e, em caso de inadimplência, honra o pagamento junto às instituições financeiras. Para socorrer as empresas, foi ofertada carência de seis meses e taxa de juros a partir de 0,49% ao mês mais CDI, até o total de R$ 100 mil. 

Grande parceiro da ACIM, o Sicoob Metropolitano também disponibilizou crédito barato com carência, contribuindo com o capital de giro das empresas, muitas sem recursos até para quitar a folha de pagamento. 

E diante das dificuldades financeiras, a Associação Comercial solicitou a postergação do pagamento de impostos junto aos governos estadual e municipal, medida que foi acatada.

Vendas virtuais e comércio local

O comércio local ganhou uma campanha de incentivo, por meio de vídeos e peças publicitárias. E para contribuir com as lojas que precisam ser modernizadas foi feita outra campanha, de incentivo ao comércio bonito, com disponibilização de crédito acessível pelo Sicoob e Fomento Paraná.

E pela primeira vez, em setembro de 2020, a Maringá Liquida aconteceu simultaneamente com vendas presenciais e online, com a disponibilização de uma plataforma virtual. Assim, o consumidor escolheu entre receber as compras em casa, retirar na loja ou comprar presencialmente. E independente da modalidade, concorreu a quase R$ 100 mil em prêmios distribuídos por meio de raspadinhas premiadas.

Atividades

Desde o decreto n° 445/2020, o primeiro que suspendeu as atividades econômicas em Maringá devido à pandemia, com publicação em 18 de março de 2020, a Associação Comercial tem somado esforços e dialogado com a prefeitura, Ministério Público e outras entidades para manter o funcionamento das atividades com segurança. Para isso, há um grupo multidisciplinar, inclusive formado por médicos, que acompanha indicadores e faz sugestões. Ainda no início da pandemia, este grupo elaborou estudos para a retomada segura e gradativa das atividades, inclusive com escalonamento de horários para entrada e saída dos funcionários, evitando a sobrecarga do transporte coletivo. 

Paralelo a isso, as empresas foram instruídas, por meio de vídeos e peças publicitárias, a intensificar as ações de limpeza, disponibilização de álcool em gel e a evitar aglomeração. A entidade acompanhou a retomada gradual de diversos setores, como construção civil, indústrias, prestadores de serviços, clínicas médicas, academias e restaurantes. E integra um comitê de retomada da economia, do qual fazem parte a prefeitura, Sebrae e mais de 20 entidades.

E diante dos altos índices de ocupação dos hospitais da cidade, a ACIM e o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) encaminharam documento ao prefeito Ulisses Maia, em março deste ano. O documento traz recomendações como a disponibilização de testes para a Covid em até 24 horas e implantação da telemedicina para acompanhamento dos casos. O documento é fruto do acompanhamento e de estudos de especialistas e está baseado em experiências nacionais e internacionais.

Maringá Liquida: pela primeira vez campanha teve vendas online e presenciais simultâneas