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Associações dentro da associação

Associações dentro da associação

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Vitor Hugo Fernandez, da Limonada Pink: empresa vendia peças de porta em porta para lojistas e hoje só faz vendas online; “auxílio que recebemos do núcleo contribuiu para a competitividade”

Se a união faz a força, formar associações e entidades potencializa o crescimento setorial. E essa estratégia de cooperação deu origem ao núcleo de empresários jovens de confecção, o Sindvest Jovem, em 2016. Foi uma iniciativa do programa Empreender, da ACIM, e do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Maringá (Sindvest Maringá).

O propósito de empresas e entidades caminharem juntas tem dado certo, segundo o coordenador do Sindvest Jovem, Vitor Hugo Fernandez. “Todos os empresários são beneficiados, porque tem sido uma excelente forma de expandir a rede de contatos e de nutrir relações de trabalho, parcerias e negócios. Sem contar a troca de experiências que contribui para a busca de soluções em conjunto”, enfatiza.

O Sindvest Jovem conta com 21 membros e se reúne quinzenalmente na Casa da Indústria/Sindivest ou na ACIM. Além de networking e treinamentos, o núcleo realiza visitas técnicas, viagens, palestras e o Tecnomoda, congresso em parceria com o Sindvest e Sebrae. “Este é um evento importante, porque promove o debate sobre inovação e tecnologia na indústria de moda”, ressalta Fernandez, acrescentando que mensalmente o grupo recebe convidados de diversas áreas para trocas de experiências.

Gestor da Limonada Pink, Fernandez reforça que a parceria entre empresas e entidades têm impulsionado o empreendedorismo. “Nossa empresa, por exemplo, é familiar. Foi fundada em 2015 e vendia peças de porta em porta para lojistas. Atualmente só fazemos venda online e com frequência lançamos coleções exclusivas. O auxílio que recebemos do núcleo contribuiu para o crescimento e competitividade. Somos muito gratos”, afirma.

Ao ingressar na indústria da moda, ele diz que os empresários logo percebem os principais desafios do setor, como a falta de mão de obra qualificada, o alto custo das matérias-primas e a forte concorrência internacional e no comércio eletrônico. Por isso, entre as pautas recorrentes das reuniões estão melhorias para se diferenciar no mercado e estratégias para alavancar as vendas. “Só que em grupo a busca por soluções se torna mais eficiente”, frisa Fernandez.

Para o ano que vem, o Sindvest Jovem planeja colocar em prática mentorias, treinamentos e viagem para um grande evento de inovação no Brasil. “Também vamos abrir o núcleo para outros profissionais, como representantes, lojistas e consultores da região. Com essa abertura, esperamos fortalecer o setor”, completa.


Imobiliárias


Marisa Macagnan, da Central de Negócios Imobiliários: atuação irregular é um dos desafios do setor

No setor imobiliário a união foi tanta que associação e núcleo se tornaram um só para fortalecer o propósito de fomentar negócios e parcerias. Tudo começou em 2001, quando a Central de Negócios Imobiliários foi criada. De acordo com a presidente da Central e CEO do grupo Massaru, Marisa Macagnan, a instituição foi idealizada por três empresários (Silvio Saiti Iwata, Cleverson Manoel Costa e Wanderley Teixeira de Camargo) que perceberam que a interação, a troca de informações e a negociação com empresas do mesmo segmento poderiam gerar benefícios.

“De fato foi uma iniciativa bem-sucedida, porque além de cooperação entre as empresas, o mercado imobiliário começou a entender ainda mais a necessidade de ser ético também com os parceiros”.

Para dar sequência ao crescimento e às ações, a presidente conta que o grupo buscou o respaldo do Empreender para a criação, em 2018, do Núcleo de Imobiliárias. Só que a Central propôs um formato integrado de atuação. “Central e núcleo são um só e contam com 29 imobiliárias, que correspondem a mais de 70% dos imóveis ofertados na cidade”, ressalta.

O grupo tem como desafios coibir a atuação profissional irregular, principalmente praticada por corretores sem credenciamento no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci/PR), e a conscientização do cliente de que é melhor disponibilizar um imóvel em apenas uma imobiliária. Isso porque há parceria com as empresas do setor, ou seja, o proprietário terá muitas imobiliárias oferecendo o imóvel, com a segurança e a garantia daquela imobiliária com que tem mais afinidade.

Para auxiliar nesses desafios, a Central/Núcleo promove treinamento, incentiva parcerias, práticas éticas e está sempre em busca de inovações. “Quem ganha com isso é a sociedade, porque sabe que terá segurança ao procurar as imobiliárias filiadas, afinal seguimos regras e estamos em constante aperfeiçoamento para sermos tecnológicos, modernos e ágeis, sem perder o lado humano e a empatia que envolve a compra e a locação de um imóvel”, enfatiza a presidente.


Profissionais de propaganda

A coexistência de associação e núcleo também ocorreu na publicidade e propaganda. Isso porque embora a Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) de Maringá atue desde 2002 com o objetivo de representar o setor em Maringá e microrregião, promovendo a união de agências, veículos de comunicação e fornecedores, o formato administrativo da entidade foi repensado.


Jany Lima, da APP: tecnologia causa tantas mudanças que tem levado à discussão sobre o papel, a forma e o meio de fazer publicidade

De acordo com a presidente, Jany Lima, a APP mantinha uma estrutura de décadas, tornando a operação insustentável não só pelo custo (sede e funcionários), mas por não acompanhar as mudanças de mercado, principalmente tecnológicas. “Por esses motivos, a oportunidade de integrar o Empreender, há quatro anos, foi decisiva para inovar e reorganizar procedimentos que viabilizaram a continuidade do trabalho associativo”, ressalta.

Entre os benefícios da parceria da APP e Empreender, Jany ressalta a utilização gratuita da estrutura física da ACIM e o atendimento prestado por um consultor para orientar o planejamento do grupo. Além disso, o intercâmbio dos profissionais de propaganda com membros de outros núcleos favoreceu a geração de negócios, ampliou a rede de contatos e facilitou a prospecção de associados.

Na avaliação de Jany, a cooperação entre APP e ACIM também fortaleceu o compartilhamento de conhecimentos e conteúdos por meio de cursos, a criação de acordos para manter o mercado coeso, a integração do meio acadêmico e o mercado, e a defesa dos interesses dos profissionais de propaganda. “A união também oportunizou a discussão de todas as frentes do mercado publicitário, favorecendo a representatividade”, acrescenta.

Entre os maiores desafios, Jany destaca as mudanças que a tecnologia tem causado na profissão, a ponto de provocar debate sobre o papel, a forma e o meio de fazer publicidade. Não à toa esse foi o tema do festival Publifest, realizado em outubro. “As palestras enfatizaram que independente dos desafios trazidos pelas novas tecnologias, as ideias continuam sendo o que há de mais profundo e central na publicidade”, resume Jany ao adiantar que, para o ano que vem, a associação pretende realizar um censo do setor em Maringá e região.


E-commerce

No contexto de inovações, a venda online tem conquistado espaço no varejo, principalmente para atender as novas necessidades e hábitos de consumo. Por esse motivo, surgiu a ideia de unir o setor para fomentar relacionamentos, troca de conhecimentos e de negócios em 2016, com a criação do Núcleo Multissetorial das Empresas de Comércio Eletrônico de Maringá (E-Núcleo). Em seguida, em 2018, também foi criada a Associação E-Núcleo, com o mesmo grupo para fortalecer e consolidar o e-commerce paranaense, tornando-o referência nacional por meio do associativismo.


Ana Rita Canassa, da Taquion e do núcleo de e-commerce: empresários se unem para reduzir custos de transporte e melhorar a qualificação dos colaboradores

A empresária Ana Rita Canassa, da Taquion, conta que a criação da associação foi assertiva, tanto que atualmente são mais de 50 empresas integrantes. O setor tem ganhado representatividade. “As empresas estão sendo impactadas positivamente por essa união, porque juntas conseguem trazer profissionais de renome para compartilhar experiências, além de rodadas de negócios com transportadoras”.

A busca de soluções conjuntas também é um objetivo. “Entre os principais desafios estão a contratação e treinamento de colaboradores, logística, taxa de frete, embalagens econômicas para o transporte, velocidade na entrega, taxas de marketplaces, opções de pagamento e negociação com fornecedores”, cita. Para sanar questões como essas, Ana Rita lista ações que foram realizadas, como negociações coletivas para baixar custos, rodada de negócios, palestras e mesas-redondas para empresários, treinamentos para colaboradores, visitas técnicas, parcerias e representatividade perante o poder público e entidades. 

A empresária ressalta ainda que o Empreender contribui de forma significativa por auxiliar no planejamento e execução das ações por meio do consultor que orienta o grupo. “Como a atuação de todos é voluntária, esse suporte da ACIM é fundamental para a concretização dos projetos e iniciativas”, elogia Ana Rita.