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Votos de prosperidade nos negócios

Votos de prosperidade nos negócios

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Pelos cálculos da economista Juliana Franco Afonso, do Codem, 130 salário deve injetar R$ 594 milhões em Maringá; valor não leva em consideração aposentadorias e pensões

O comércio já começou a contratar para o fim de ano, com previsão de 110 mil vagas temporárias, segundo levantamento realizado em todas as regiões do país pela Confederação Nacional do Comércio. O número é o maior dos últimos dez anos. 

Em Maringá, o comércio, a exemplo de outras cidades brasileiras, absorve a maior demanda dos 250 a 300 trabalhadores temporários, em média, contratados entre outubro e dezembro. O setor de serviço vem logo atrás. “É uma oportunidade para quem está à procura de emprego e possibilidade de efetivação”, aconselha a economista Juliana Franco Afonso, que é diretora executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem).

O número de vagas temporárias acena para uma melhora na confiança dos comerciantes após um tímido desempenho na geração de empregos nos primeiros oito meses do ano: segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Maringá gerou, no período, 5.097 novos postos com carteira assinada, ficando em quarto lugar no ranking do Paraná.  

Enquanto o setor de serviços contribuiu para a geração de 48% das vagas, o comércio abriu apenas 4,7%, ou seja, 244 vagas. O número representa queda de 71% no comparativo com o mesmo período de 2022. 

 

Décimo terceiro salário

Fim do ano também é o período de pagamento do 130 salário, que deve injetar em Maringá R$ 594 milhões até dezembro, 5,7% a mais que no ano passado. O pagamento beneficia em torno de 174,7 mil trabalhadores do mercado formal, segundo Rais e Caged. O valor médio é de R$ 3.399.




“No quesito das micro e pequenas empresas, prefiro confiar mais na capacidade do empreendedor local do que no cenário econômico”, avalia Vitor Nogami, professor da UEM

Serviços e o comércio são os que mais geram renda extra, visto que concentram 77% dos trabalhadores com carteira assinada. Já aposentados e pensionistas do INSS devem receber em torno de R$ 71 milhões referentes à segunda parcela do 13° salário.

“A estimativa não leva em conta autônomos, assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção no mercado que, eventualmente, recebem abono de fim de ano, uma vez que não há dados disponíveis sobre esses proventos”, explica a economista. 

Com mais dinheiro circulando, o consumo naturalmente aumenta, elevando a expectativa dos lojistas por gastos no comércio. Juliana, no entanto, orienta prudência e organização financeira. “A renda extra pode ser usada de forma inteligente pelas famílias. O ideal é primeiro pagar as contas em atraso e sair da inadimplência. Também é importante guardar uma parte como reserva e fazer investimentos visando à geração de renda extra. Por fim, vale a pena fazer umas comprinhas de Natal ou aquela viagem tão sonhada”, diz.  

 

DNA empreendedor

Além dos fatores pontuais de fim de ano, evoluções positivas de índices econômicos elevam a expectativa e a confiança do setor produtivo para um 2024 próspero. “No ano que vem teremos maior conhecimento sobre os resultados da política econômica do primeiro ano no plano nacional. Será o sexto ano do nosso governo estadual e o oitavo e último ano da gestão municipal atual. Logo, não teremos grandes surpresas no perfil da gestão. Porém, vale um olhar atento para as eleições”, avalia o professor do curso de Administração da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Vitor Nogami. 

Para a economista e diretora do Codem, Maringá deve continuar apresentando perspectiva de crescimento, visto que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) maringaense sempre fica acima das médias paranaense e nacional.

Entre os fatores que acenam para uma melhora estão as eleições municipais, já que, normalmente, há aumento dos gastos públicos. Além disso, o apoio e incentivo à classe empresarial são, historicamente, pautas de qualquer governo. “Candidatos à prefeitura e prefeitos têm se mostrado preocupados com o desempenho das empresas, pois é a principal fonte de receita do município. Se a economia local vai bem, a arrecadação municipal também vai. Então, acho difícil um candidato construir uma campanha que vá contra os interesses do mercado”, pontua o professor da UEM. 

Também há expectativa de crescimento das exportações, lideradas pelo agronegócio. Maringá é a segunda cidade do Paraná em exportação e a 14ª do Brasil. De janeiro a setembro, o saldo acumulado é de US$ 2,4 bilhões, superando os US$ 2,1 bilhões de todo o ano passado. 

A abertura de empresas é outro diferencial. Dados da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) apontam Maringá como a terceira cidade do estado no quesito. E por aqui, a cada quatro empresas abertas, apenas uma fecha. “Quando a economia vai bem, tende a ser mais confortável abrir um negócio, uma vez que os juros são acessíveis e o consumo está pujante. Por outro lado, há inúmeros casos de negócios que abriram e fizeram sucesso na crise. Por vezes, no quesito das micro e pequenas empresas, prefiro confiar mais na capacidade do empreendedor local do que no cenário econômico. Maringá é uma cidade com DNA empreendedor”, avalia Nogami. 

 

Cenário macro

Apesar disso, o professor da UEM reconhece a importância da conjuntura econômica para o mercado. Entre os indicadores, é fundamental levar em conta a projeção da inflação, taxas de juros, oscilações do dólar e a expectativa do PIB brasileiro. 

A boa notícia é que no cenário macro as projeções também são animadoras. O PIB, por exemplo, tem previsão de crescimento de 2,26% em 2024, estima o governo federal. 

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, a projeção é que a Selic, atualmente em 12,75% ao ano, termine 2023 em 12,25%. Até junho de 2024 a previsão é que chegue a 10%. “Esta queda mudará significativamente o acesso a crédito e implicará outros tipos de comportamentos. Com maior acesso a crédito, os financiamentos para as empresas aumentam e o consumo dos brasileiros também”, avalia o professor da UEM. 

Ele ressalta que a queda de juros costuma beneficiar todos os setores. “Em nossa região os setores que têm se destacado e devem continuar assim são: agronegócio, saúde e tecnologia. De acordo com a Pesquisa Data Maringá, podemos esperar um retorno mais efetivo também do varejo e da educação”.

Por outro lado, o dólar deve subir, principalmente com o cenário de guerra em Gaza. “São inúmeros os fatores que influenciam o valor do dólar, em especial fatores externos. Tentar prever o valor da moeda americana tem se mostrado um exercício que implica equívocos”, pontua Nogami. 

Outro índice que vai na contramão da taxa de juros é o da inflação, mas ainda assim, segundo o professor da UEM, deve se manter sob controle. “Aparentemente, aprendemos com a lição após a crise inflacionária dos anos de 1980 e início dos anos de 1990. Também já é conhecimento adquirido do mercado que os ciclos econômicos vêm e vão”.

Confiantes nisso, e no trabalho de planejamento, empresas de Maringá estão investindo em ampliação, modernização e diversificação. 

 

Da fazenda para cafeteria


Michael Tamura recém-abriu a loja física do Café Tamura e até o final do ano vai inaugurar mais uma, após processo de rebranding

O aroma e o sabor singulares do café Tamura agora têm endereço próprio. Foi inaugurada em setembro a primeira loja física da marca, na Zona 4 de Maringá, região povoada por escritórios, clínicas e hospitais. O ponto conta com forte apelo histórico. O imóvel, que passou por ampla reforma, pertencia a uma família de pioneiros. “Tentamos preservar a estrutura original para termos memórias das vidas que aqui passaram”, revela Michael Tamura, quarta geração da tradicional família de cafeicultores e à frente do negócio.

Segundo ele, o projeto da loja própria era estudado há, pelo menos, cinco anos. “Foram dois anos só para conseguirmos o ponto ideal e definirmos o modelo”, diz. O conceito eleito foi o farm to table (da fazenda para a mesa), resultado da busca por referências mundo afora, com a ideia de levar o café produzido nas fazendas direto para a cafeteria. “Somos a única marca maringaense que produz o próprio grão. Acredito nesse apelo e na nossa proposta de negócio”, diz. 

Os grãos do Café Tamura são produzidos, auditados e certificados na região do Cerrado Mineiro, em Minas Gerais. O certificado é dado apenas aqueles que alcançam acima de 80 pontos (na escala da SCA - Special Coffee Association), tendo como critérios defeitos nos grãos, notas aromáticas, classe e tipo de espécies, formato do grão, granulometria, sabor, bebida, cor, existência de misturas e qualidade.  

“Controlamos o processo produtivo, desde a produção ao serviço na mesa dos consumidores. Esta é a principal garantia de um café especial com o mesmo padrão de qualidade”, explica.

Além disso, a loja física é uma oportunidade de estreitar o relacionamento com os clientes que, segundo Tamura, buscam conhecer o que está por trás da marca. “Teremos a oportunidade de difundir a nossa narrativa, a história da empresa e da marca”. 

Marca, aliás, que passou por rebranding para simbolizar a nova fase. O investimento em comunicação visual – tanto da loja como dos produtos - ultrapassa R$ 100 mil. E os investimentos não param aí. Até o final do ano uma segunda loja deve ser aberta em Maringá, desta vez com um conceito mais urbano, porém com o mesmo cardápio. Também estão previstas a expansão do mix e capacitações do público e dos colaboradores sobre o café.

Em breve, os apreciadores do café especial ainda terão a oportunidade de conhecer o processo produtivo em uma microtorrefação que será aberta na cidade. No campo, a marca está à procura de fazendas parceiras que possam ofertar cafés com diferentes perfis aromáticos e notas no paladar, além de investir na diversificação dos grãos. Foi incluída no portfólio a variedade Geisha, recém-divulgada no mercado brasileiro. “As condições financeiras de mercado não são as melhores, mas o setor está expandindo”, conclui Tamura.  

 

Investir para crescer 


Arilu Distribuidora está investindo R$ 54 milhões no novo centro de distribuição, que vai permitir triplicar o faturamento em três anos, planeja o CEO Ariovaldo Costa Paulo 


Há quase quatro décadas atuando no mercado de logística e distribuição, a Arilu Distribuidora também decidiu que era hora de colocar em ação os projetos de expansão. Com investimento inicial de R$ 54 milhões, a empresa está construindo um centro de distribuição que será inaugurado no primeiro semestre de 2024,

“Como várias empresas locais, a Arilu iniciou as atividades com um pequeno negócio, que foi expandido. As instalações foram se adequando à medida do crescimento, porém chegou a um ponto que não temos como expandir fisicamente e isso começou a prejudicar o planejamento de crescimento, por isso decidimos investir em um novo espaço”, conta o CEO Ariovaldo Costa Paulo. 

Em construção desde outubro do ano passado, o espaço fica em Paiçandu, onde está a sede da empresa. O terreno foi estrategicamente escolhido. “Precisávamos de uma área de aproximadamente 100 mil metros na margem de rodovia e de fácil acesso. Não foi fácil achar uma área com estas características”, revela Costa Paulo.

Na primeira etapa, estão sendo erguidos 23 mil metros quadrados, com 23 docas para caminhões, praticamente o dobro dos 11 mil metros quadrados do imóvel atual. A obra é sustentável, com captação de água da chuva e usina de energia solar que vai suprir 100% da demanda. 

Além da ampliação física, o novo espaço representa um avanço em inovação, tecnologia e logística. O investimento inclui softwares que vão acelerar o sistema de distribuição. Hoje a empresa leva no máximo 36 horas para fazer entregas em 275 municípios paranaenses. Em alguns itinerários, o tempo máximo é de 24 horas.

“Teremos uma usina de energia solar de três mega, porta-palete de 13 metros de altura e fracionamento de produtos com 12 estações de check-out. Já a automação de separação de produtos ficará para a segunda etapa”, explica o CEO.

Com o investimento, a empresa alavanca a meta ambiciosa de triplicar o faturamento até 2026. Futuramente, a ideia também é ampliar a área de atuação. Por enquanto, os serviços seguem sendo prestados no norte do Paraná. “Várias indústrias nos procuram para fazer a logística e distribuição, mas devido ao limitado espaço físico, acabamos declinando, o que vamos resolver com o novo centro de distribuição”, diz Costa Paulo. 

A empresa conta com carteira de clientes formada por 40 indústrias, 200 marcas e dois mil itens, distribuídos em sete mil pontos de vendas. Dos 530 colaboradores, quase 200 são vendedores. Os 190 que trabalham na distribuição receberão reforço de 50 profissionais que serão contratados. “Teremos tempos difíceis pela frente, com queda nos preços das commodities, alta do dólar e baixo poder de compra do consumidor. São situações que preocupam, mas já tiveram tempos piores. O momento não está propício para investimentos, mas no nosso caso é uma necessidade para continuar crescendo”, pontua. 

Oportunidade de mercado


Thiago Kendi Nagao abriu a quarta loja da Usaflex após a vacância de um ponto no Maringá Park: “a expectativa é alta”

No caso da família Nagao, a decisão de abrir a quarta loja da Usaflex em Maringá acompanha o plano de expansão e rebranding da marca de calçados femininos no cenário nacional. Hoje são 280 lojas no país, com o objetivo de chegar a 350 lojas em 2023.

“Este é o melhor momento da marca em termos de modernização e tecnologias. O objetivo da reformulação é expandir os públicos, afastando a ideia de calçados para senhoras, por meio de modelos que aliam beleza, design e conforto”, explica Thiago Kendi Nagao, responsável pela administração da loja recém-inaugurada no Maringá Park Shopping Center. 

Segundo ele, a decisão de abrir a unidade foi tomada há quatro meses quando surgiu uma oportunidade de ponto no shopping. Desde 2012 a família Nagao representa a Usaflex na cidade, sendo que as outras operações estão instaladas nos shoppings Avenida Center e Catuaí, e na avenida Duque de Caxias. 

A nova loja tem 70 metros, além do ambiente de estoque e administração. A operação iniciou as atividades gerando sete empregos e recebeu investimento de R$ 400 mil, com previsão de retorno, de acordo com Nagao, de dois anos. Para seguir o planejamento, embora a inauguração não tenha sido estrategicamente pensada, o empresário espera boas vendas na reta final de 2023. “A expectativa é alta. Tanto que pretendemos abrir vagas temporárias até dezembro”, diz. “Frequentemente nas mídias ostentando o título de cidade maravilhosa para se morar, Maringá está crescendo e atraindo públicos com boa renda mensal e aumentando a renda per capita. Isto favorece os negócios locais”, conclui o empresário.

 

Maringá Encantada

Além de propagar o clima natalino, a Maringá Encantada é uma aliada dos lojistas nas vendas de fim de ano. Com o tema ‘Preservando a Magia do Natal’, a campanha começará em 15 de novembro e se estenderá até 7 de janeiro de 2024. 

A abertura será na praça da Catedral, a partir das 18h, com apresentação da Orquestra da Unicesumar e Coral do Colégio Adventista. Na sequência, está programada a chegada do Papai Noel, com o acendimento das luzes e a entrega da chave da cidade. A banda Roupa Nova fechará a noite com um show às 20h30. 

A abertura da Maringá Encantada nos distritos de Floriano e Iguatemi ocorrerá nos dias 17 e 18, respectivamente, a partir das 19h. No dia 24 de novembro, terá início a programação no Parque do Japão. 

A Vila do Papai Noel, que terá apoio da ACIM e estará na Praça Napoleão Moreira da Silva, funcionará entre 15 de novembro e 24 de dezembro, de segunda a sexta-feira das 17h até a meia-noite, e aos sábados e domingos, das 14h às 2h.

A praça da Catedral terá roda gigante, carrossel, feira de artesanato, espaço gastronômico e atrações culturais. O Mercadão, na avenida Prudente de Morais, sediará a Feira da Economia Criativa.

Neste ano, as decorações natalinas são feitas de bambu. Outra novidade é o ‘Show das Águas Dançantes’, um espetáculo noturno que ocorrerá entre 25 de novembro e 9 de dezembro no Parque Alfredo Nyffeler (Buracão). Uma banda natalina se apresentará em ruas, avenidas, praças e parques entre 15 de novembro e 24 de dezembro, além de cerca de 50 apresentações e espetáculos teatrais e musicais temáticos. 

“A Maringá Encantada é um marco no desenvolvimento turístico e econômico da cidade. Neste ano, a festa ganhou mais visibilidade nacional com a conquista da Marca Brasil, identidade visual concedida pela Visit Brasil, gerência da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo. Com isso, o evento que recebe milhares de visitantes passa a fazer parte do calendário oficial do turismo brasileiro”, destaca o vice-prefeito e secretário de Aceleração Econômica e Turismo, Edson Scabora.