Um estudo da Escola Nacional de Administração Pública apontou que as cidades empreendedoras oferecem seis atributos para a prosperidade dos negócios: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso ao capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.
Maringá reúne os seis de forma positiva. O ambiente regulatório é possÃvel por meio da interação entre poder público e iniciativa privada, um modelo bem-sucedido que teve inÃcio nos primeiros anos de fundação da cidade. Esse modelo teve a participação ativa da ACIM, que discute com prefeitos e vereadores, independente do partido polÃtico, medidas que podem beneficiar e acelerar o ambiente de negócios. Aqui, o Alvará é emitido em cerca de dez dias e o Habite-se leva 15 dias.
A infraestrutura também é elogiada. Na cidade que é considerada uma das melhores para viver do Brasil há bom acesso à região por meio de rodovias, 100% das residências têm tratamento de esgoto – enquanto a média brasileira é de 51,2%, segundo o Instituto Trata Brasil – e outros diferenciais que agilizam os negócios e a vida dos cidadãos. Quando a cidade precisa de uma obra, há união de esforços, como a duplicação da rodovia entre Maringá e Iguaraçu, cujo projeto foi doado por empresários e a obra foi licitada pelo governo do estado.
Como polo regional, Maringá atrai milhares de consumidores, cumprindo outro requisito das cidades empreendedoras, que é o mercado. O PIB do comércio e serviços representa dois terços do total, em parte porque as empresas atraem consumidores para compras de roupas, materiais de construção, móveis... e também para a prestação de serviços, como saúde e educação.
O capital humano é beneficiado pelo fato da cidade ser um polo de serviços educacionais, com 12 instituições de ensino superior, 30 mil alunos cursando faculdade presencial e outros 19 mil à distância. Isso significam milhares de novos profissionais todos os anos disponibilizados ao mercado. Como cidade de médio porte que oferece qualidade de vida, Maringá atrai profissionais de outros centros. A população ultrapassou 454 mil habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE). Foi um dos três municÃpios paranaenses que mais cresceu em 12 anos, junto a Curitiba e Fazenda Rio Grande.
Já a cultura empreendedora é fortemente impulsionada por startups, aceleradoras e grupos de investidores (acesso ao capital). A própria ACIM oferece o Inovus, um ambiente de inovação com programas subsidiados. Somam-se a isso o elevado número de universitários e a própria cultura da cidade, que incentiva o empreendedorismo. Só os Microempreendedores Individuais (MEIs) totalizam mais de 42 mil. A prefeitura também oferece, por meio do ISS Tecnológico, renúncia fiscal para empresas prestadoras de serviços que querem investir em inovação.
Com um ambiente de negócios favorável, toda a economia ganha: trabalhadores, empresários e o poder público, que arrecada mais impostos. Mas ainda há pontos de melhoria, como acelerar a transformação em uma smart city (cidade inteligente), aumentando o uso de tecnologia em áreas da gestão pública, como saúde, educação, mobilidade urbana e segurança pública.
Entidades como a ACIM, empresários e poder público têm trabalhado pela inovação, que é o caminho para perpetuar os negócios. É uma fórmula bem-sucedida que começou 70 anos atrás, quando a ACIM foi fundada. Aliás, comemoramos o aniversário em abril com uma festa que homenageou ex-presidentes e empossou 550 voluntários em nossos seis conselhos. Aos novos diretores e aos associados, o meu obrigado pelo voto de confiança. Vou trabalhar muito para estar à altura do cargo que me foi confiado.
José Carlos Barbieri é presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM)