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Atuação em várias frentes ajudou empresas na pandemia

Atuação em várias frentes ajudou empresas na pandemia

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Para garantir crédito exclusivamente a empresas associadas, ACIM aportou R$ 500 mil no fundo garantidor da Noroeste Garantias. Como a taxa de alavancagem corresponde a dez vezes o valor do aporte, com os recursos foi possível avalizar R$ 5 milhões para pequenos negócios

Oferta de crédito para pequenas empresas, diálogo com o poder público, campanhas de conscientização para a população e doação de equipamentos para o sistema de saúde foram algumas das iniciativas da ACIM para ajudar a comunidade no enfrentamento ao período difícil de pandemia de coronavírus, que vitimou 700 mil brasileiros desde março de 2020, quando foi registrada a primeira morte pela doença no país. Ao prejuízo à vida humana, somaram-se empresas que precisaram fechar as portas e um grande contingente de demissões. O Produto Interno Bruto (PIB) do país tombou 3,3% em 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). 

Em março de 2020, depois de a notícia do vírus e de casos da doença correrem o mundo, um decreto municipal, de n° 445/2020, publicado em 18 de março de 2020, obrigou à suspensão das atividades econômicas em Maringá. As incertezas tomaram o lugar do olhar positivo para 2020 e foi preciso agir para que as empresas locais suportassem a onda de desafios. O confinamento social suspendeu as atividades e implicou impactos econômicos. Naquele início de desafios, a ACIM buscou compreender o setor empresarial. Segundo pesquisa da entidade, que até 29 de março de 2020 entrevistou quase 400 empresas, 73% dos empresários disseram que precisariam recorrer a empréstimos, 3,9% afirmaram que já haviam tomado empréstimo e 23,1% contaram que recorreriam a reserva financeira. 

Era preciso agir. A entidade se uniu à iniciativa pública e privada, Ministério Público e outros atores, e colocou em pauta assuntos essenciais para o momento: a retomada das atividades econômicas, campanhas de conscientização, distribuição de máscaras, compra de equipamentos e suprimentos para hospitais públicos, disponibilização de crédito para capital de giro, entre outras soluções. Em períodos de suspensão de atividades, a entidade pleiteou, ao poder público, a permissão para o sistema de delivery e drive thru. Também atuou de forma efetiva nas negociações por medidas compensatórias tributárias e econômicas para minimizar os impactos das empresas.

O departamento jurídico orientou sobre as possibilidades permitidas na legislação para minimizar os impactos trabalhistas, adotando o teletrabalho e o banco de horas, por exemplo.

Reabertura das empresas

A ACIM manteve diálogo aberto com o poder público para estudar a retomada das atividades de modo a preservar a vida e a sustentabilidade das empresas e dos empregos. Logo no começo da pandemia, principalmente as empresas do comércio ficaram 30 dias de portas fechadas, antes de reabrir com restrições ou com possibilidade de home office. Para isso, a entidade montou um grupo multissetorial para elaborar estudos para a retomada segura e gradativa das atividades. Foram apresentadas sugestões de cronograma de reabertura baseado em indicadores sobre usuários do transporte coletivo, perfil dos colaboradores e porte das empresas. 

A Associação Comercial enviou ofícios ao prefeito Ulisses Maia para que o horário do comércio fosse estendido, em vez de reduzido, para ajudar a evitar aglomerações, esteve envolvida nos pedidos para a volta do funcionamento de serviços específicos e ajudou grupos que estavam praticamente sem trabalhar. Um exemplo foi uma ação de venda de flores por delivery no Dia Internacional da Mulher, quando o comércio de rua estava proibido de funcionar. A ACIM solicitou, por meio do núcleo de pilates do Programa Empreender, a autorização para atendimento individual ou de pessoas do mesmo núcleo familiar. O pedido foi aceito, e os profissionais puderam retomar o trabalho.

Com novos estudos sanitários e com os pedidos da classe empresarial, aos poucos os decretos foram permitindo a retomada das atividades econômicas. Ilustra esse empenho um manifesto assinado pela ACIM, junto a 14 entidades, cobrando a retomada das atividades na cidade sob o risco de “colapso econômico e social”, diante do fechamento de negócios e de postos de trabalho. Sensibilizada, a prefeitura liberou o funcionamento do comércio até as 19 horas, a fim de não sobrecarregar o transporte coletivo nos horários de pico. Foi preciso incluir um termo aditivo na convenção coletiva entre os sindicatos patronal e laboral do comércio. 

A Associação Comercial também acompanhou a retomada gradual das atividades da construção civil, indústrias, padarias, prestação de serviços, clínicas médicas, de fisioterapia, bares, restaurantes, shoppings, academias, escolas de natação e de artes marciais. E integrou o grupo de trabalho do Plano de Retomada Econômica e Social de Maringá, encampado pela prefeitura de Maringá sob coordenação do Sebrae. 

Crédito

Para ajudar as empresas em grave situação financeira, a Fomento Paraná, com escritório no prédio da Associação Comercial, disponibilizou linha para empresas do turismo, como bares, restaurantes e hotéis, um dos segmentos mais prejudicados. Com taxa de juros de 0,57% ao mês e pagamento em até 60 meses, as empresas tomaram fôlego até que a crise arrefecesse. Para se ter ideia, a Sociedade Garantidora de Crédito (SGC), Noroeste Garantias, avalizou R$ 85,2 milhões em mais de 1,8 mil operações – a entidade conta com fundo garantidor que teve aportes da ACIM e da prefeitura. Para socorrer as empresas, foi ofertada carência de seis meses e taxa de juros a partir de 0,49% ao mês mais CDI, até o total de R$ 100 mil. 

O Sicoob Metropolitano também arregaçou as mangas e disponibilizou crédito barato com carência, contribuindo para o capital de giro das empresas, muitas sem recursos até para quitar folha de pagamento. E diante das dificuldades financeiras, a Associação Comercial solicitou a postergação do pagamento de impostos junto aos governos estadual e municipal, medida que foi acatada.

Vendas virtuais e comércio local

O comércio local ganhou campanha de incentivo, por meio de vídeos e peças publicitárias. Outra campanha, de incentivo ao “Comércio bonito”, para atrair mais clientes, contou com a disponibilização de crédito pelo Sicoob e Fomento Paraná.

Ainda em 2020, em setembro, a tradicional Maringá Liquida aconteceu pela primeira vez simultaneamente com vendas presenciais e online, com a disponibilização de uma plataforma virtual. O consumidor escolheu entre receber as compras em casa, retirar na loja ou comprar presencialmente. Ainda concorreu a quase R$ 100 mil em prêmios distribuídos por meio de raspadinhas premiadas. 

Saúde pública

Hospitais públicos e privados de Maringá atingiram a ocupação máxima nas Unidades de Terapias Intensivas (UTI). Com a necessidade de mais leitos, a Associação Comercial doou respiradores ao Hospital Municipal, destinados a pacientes com insuficiência respiratória causada pela covid. Os equipamentos se somaram a outros dez, adquiridos e entregues em 2020 ao Hospital Universitário. Os recursos de R$ 3 milhões, convertidos nos equipamentos e em materiais de proteção individual (EPIs) para profissionais da saúde, associados e população. Os investimentos contemplaram a aquisição de monitores, oxímetros, medidores de sinais vitais, cufômetros, armários para instrumentos, entre outros. A ação envolveu a ACIM e empresários locais, em campanha de arrecadação de recursos para a compra dos materiais. 


Uma das iniciativas foi a distribuição de milhares de máscaras para empresas e a população, como em abril de 2020 no terminal Intermodal; a Associação Comercial também importou 20 mil máscaras para profissionais da saúde

A entidade distribuiu, ainda, milhares de máscaras para a população, 20 mil máscaras N95 para profissionais de saúde (que foram importadas) e encampou campanha para indústrias fabricarem uniformes e roupas de cama para profissionais de saúde e hospitais. Outra ação foi a doação de milhares de frascos de álcool para hospitais e unidades de saúde de Maringá, Cianorte, Japurá e Floraí, com a colaboração de parceiros.

Engrossando a massa de pessoas que tomaram iniciativas para apoiar as pessoas em casa, a ACIM lançou site e produziu vídeos com infectologistas, com informações sobre a doença, recomendações de higiene e orientações sobre como evitar a contaminação no trabalho, no transporte público e no comércio. O conteúdo da ACIM se somou a outros que circularam nas redes sociais, por meio de transmissões ao vivo ensinando receitas, exercícios físicos, atividades para crianças ou gestão, além de cursos e conteúdos de streaming de graça.




Pouco mais de um mês após a chegada do coronavírus ao Brasil, em abril de 2020 a ACIM e parceiros doaram os primeiros equipamentos para hospitais públicos a fim de aumentar o número de leitos disponíveis para pacientes; em junho de 2020 foram doados dez monitores para o Hospital Universitário de Maringá



Pacientes com covid-19 receberam equipamentos para monitorar, em casa, a evolução da doença. Isso foi possível depois que uma campanha arrecadou 1,5 mil oxímetros e 500 termômetros, que foram entregues à prefeitura de Maringá e depois emprestados a pacientes nas unidades de saúde. Com realização da ACIM, por meio do ACIM Mulher, Sociedade Médica de Maringá, Secretaria de Saúde de Maringá e empresas locais, a campanha recebeu equipamentos novos e usados em bom estado que permitiram reduzir o número de internações, intubação e mortalidade